quinta-feira, 10 de abril de 2008

ESCOLHA SEMPRE A VIDA


Boa Noite,
Abaixo eu trancrevo um trecho da entrevista que a Dra.Mayana Zatz (Coordenadora das pesquisas com células-tronco) concedeu ao Dr. Drauzio Varella (dispensado de apresentações)

É muito importante ler esta entrevista na íntegra, para entender melhor o trabalho da Dra. Mayana, sua luta pela vida , e a o opinião de um dos mais conceituados médicos da atualidade. A entrevista completa você poderá ler no site do Dr.Drauzio Varela http://drauziovarella.ig.com.br

Drauzio Quero discutir esse ponto porque raras áreas da ciência criaram dificuldade tão grande de comunicação com a sociedade como essa do trabalho com células-tronco, justamente porque, para obter células totipotentes, é preciso fecundar um óvulo (o que é feito “in-vitro”, não dentro do útero materno) e esperar multiplicar algumas vezes para obter a célula-tronco. Isso criou um debate, a meu ver descabido, que é o debate do abortamento, como se estivesse sendo feito um pequeno abortamento “in-vitro”.
Ora, se pegarmos um adolescente que foi parar num hospital depois de um acidente de moto e através de vários exames for constatada sua morte cerebral, se a família estiver de acordo, estamos autorizados a retirar o coração e outros órgãos para transplantá-los numa pessoa que precise. A sociedade não só aceita esse ato da medicina como o considera louvável. No entanto, qual foi o princípio que orientou esse procedimento? O sistema nervoso tinha deixado de funcionar, não havia mais condição humana e a vida era apenas vegetativa. Agora, se pegarmos um óvulo, esperarmos que se multiplique em poucas células, nas quais não existe o menor esboço de sistema nervoso central, considerar isso um atentado contra a vida não parece, no mínimo, uma coisa do outro mundo?

Mayana Zatz – Acho que é uma coisa do outro mundo e que existe muito desentendimento e desinformação, porque a proposta é usar os embriões que sobram nas clínicas de fertilização e vão para o lixo. Veja o que acontece. O casal tem um problema de fertilidade, procura um centro de fertilidade assistida, juntam-se o óvulo e o espermatozóide e formam-se os embriões. Normalmente são dez, doze, quinze embriões, alguns de melhor qualidade, mas outros malformados que não teriam a capacidade de gerar uma vida se fossem implantados num útero e vão direto para o lixo. Esses embriões descartados serviriam como material de pesquisa para fazer a linhagem de células totipotentes. A segunda hipótese refere-se aos casais que já implantaram os embriões, tiveram os filhos que queriam e não vão mais recorrer aos embriões de boa qualidade que permanecerão congelados por anos até serem definitivamente descartados. Drauzio E esses também vão morrer…

Mayana Zatz – Esses embriões têm potencial de vida baixíssimo. Muitos teriam potencial zero mesmo que fossem implantados. No entanto, sabe-se que não serão aproveitados e que, um dia, também serão jogados no lixo. Por incrível que possa parecer, quando se discute a utilização desses embriões, o que mais se ouve dizer é que estamos destruindo vidas. Na verdade, se há alguma destruição é a das pessoas com doenças letais que estão perdendo a possibilidade de serem tratadas a partir de células-tronco embrionárias. Embora não se possa afirmar ainda que esse tratamento exista, segundo tudo indica, é enorme potencial que elas oferecem para consegui-lo.

Pois é, são dois especialista falando,não leigos que acham que essas pesquisas destruirão vidas.

Destruir o que eles chamam de " vida"(um amontoado de células cujo tamaho é menor do que a cabeça de um alfinete), na verdade o que se quer é aproveitar aquilo que vai ser descartado, para SALVAR vidas!

Quando a Igreja se levanta contra as pesquisas, me vem à mente todos os grandes cientistas que ousaram mostrar suas descobertas e foram excomungados e tachados de insanos ou de praticar bruxaria!

Não podemos deixar a era do obscurantismo voltar. A ciência avança para melhorar a qualidade de vida, para tratar doenças até agora consideradas incuráveis, para restabelecer organismos que estão paralisados por doenças neurodegenerativas.

Veja bem, quando se fala em nome da Igreja, não se fala em nome de Deus, pois a Igreja é dirigida por homens, que têm suas qualidades e defeitos, e não têm a autoridade de agir em nome de Deus.

Eu sou cientista, mas não sou atéia. Tenho religião. Acredito em Deus. E tenho plena convicção de que, se Deus permitiu aos cientistas chegarem até onde chegou, deu iluminação à essas mentes brilhantes, foi porque Ele também quer que nossa qualidade de vida seja melhorada.

Pensem bem, há algumas décadas a expectativa de vida de um homem comum chegava até os 60 anos. Graças aos avanços da tecnologia e da medicina, foi possível aumentar essa expectativa para os 80-90 anos, e com qualidade!

Quando começaram os transplantes a Igreja gritou, mas quantos religiosos hoje recorrem aos transplantes para sua sobrevivência.

Tudo o que é novo cria uma certa resistência, pois nós seres humanos temos medo de mudanças, mas elas sempre acontecem para o melhor!

Não percam amanhã (6a.feira -11/04) o Programa Arquivo Aberto das 19 às 21 hs. na Demais TV (www.demaistv.com.br)

Espero por vocês.

Um, forte abraço!

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